grupos farmacológicos:

fórmula molecular:

C43H66N12O12S2

princípio ativo:

Ocitocina

Quais são os Nomes Comerciais e Apresentações da Ocitocina?

Syntocinon, Naox, Oxiton.

Qual é a Farmacocinética da Ocitocina?

A administração intravenosa de ocitocina resulta em um início de ação imediato, com pico de ação em cerca de 3-5 minutos e duração de ação de cerca de 1-2 horas. A ocitocina é rapidamente metabolizada e inativada no fígado e nos rins, com uma meia-vida de aproximadamente 3-5 minutos.

Qual é o Mecanismo de Ação (Farmacodinâmica) da Ocitocina?

Ocitocina é um hormônio naturalmente produzido pela hipófise posterior, que desempenha um papel fundamental na regulação do trabalho de parto e da lactação. Estimula a musculatura lisa uterina ao aumento do tônus no final da gravidez, durante o trabalho de parto e imediatamente após o parto. Nestes momentos, os receptores de ocitocina no miométrio são aumentados. Os receptores de ocitocina são acoplados à proteína G. A ativação do receptor de ocitocina provoca a liberação de cálcio dos estoques intracelulares e, portanto, leva à contração miometrial. A ocitocina provoca contrações rítmicas do segmento superior do útero, semelhantes em frequência, força e duração, às observadas durante o trabalho de parto. Na obstetrícia, a ocitocina é frequentemente utilizada para induzir ou acelerar o trabalho de parto, controlar hemorragias pós-parto e para  aumentar a sensibilidade das células mamárias à prolactina, estimulando a liberação de leite.

Para que Ocitocina é Indicada?

Ocitocina pode ser utilizada antes e depois do parto. Na utilização antes do parto é indicada para a indução do parto, estimular as contrações uterinas (em casos de inércia uterina e em casos de abortamento incompleto). No pós-parto é utilizado durante a cesárea após a retirada da criança ou como prevenção e tratamento da atonia uterina e hemorragia.

Qual é a Posologia da Ocitocina?

ADULTOS

Indução do trabalho de parto (infusão intravenosa):

Iniciar com 0,5 a 2 miliunidades por minuto; a cada 15 a 60 minutos, acrescentar 1 a 2 miliunidades por minuto até que a atividade uterina seja adequada (geralmente a dose fica entre 2 e 5 miliunidades por minuto).
*Raramente doses maiores que 20 miliunidades por minuto são necessárias.

Aborto incompleto ou aborto terapêutico (infusão intravenosa):

10 UI, a uma velocidade de 20 a 40 miliunidades por minuto.

Hemorragia pós-parto (infusão intravenosa):

10 UI, a uma velocidade de 20 a 40 miliunidades por minuto (iniciar após a expulsão da criança e preferentemente também da placenta); ou (via intramuscular): 10 UI, após expulsão da placenta.

hemorragia pós-aborto (infusão intravenosa):

10 UI, a uma velocidade de 20 a 100 miliunidades por minuto.

Quais são os Efeitos Colaterais da Ocitocina?

Reação anafilática/anafilactoide associada à dispneia, hipotensão ou choque anafilático/anafilactoide, cefaleia, taquicardiabradicardia, Isquemia do miocárdio, prolongamento do intervalo QTc no eletrocardiograma, hipotensão, Hemorragia, náusea, vômito, erupções cutâneas (rash), hipertonicidade uterina, contrações tetânicas do útero, ruptura uterina, intoxicação hídrica, hiponatremia maternal, edema pulmonar agudo, rubor, coagulação intravascular disseminada, angioedema, síndrome do sofrimento fetal, asfixia e morte, hiponatremia neonatal, dermatite alérgica, contrações uterinas anormais e desconforto nasal.

Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Ocitocina?

  • Monitorar a frequência cardíaca fetal: Este cuidado é importante para garantir que o feto está bem e que não há nenhuma evidência de sofrimento fetal. A ocitocina pode afetar a frequência cardíaca fetal e, por isso, é importante monitorá-la regularmente.
  • Avaliar a intensidade e duração das contrações uterinas: A ocitocina é administrada para estimular as contrações uterinas, e é essencial monitorar a intensidade e a duração dessas contrações para garantir que elas estejam ocorrendo na frequência e intensidade adequadas.
  • Verificar a pressão arterial materna: A ocitocina pode afetar a pressão arterial, e a verificação regular da pressão arterial materna é importante para garantir que a paciente não desenvolva hipertensão arterial ou outras complicações relacionadas.
  • Avaliar o volume e as características do líquido amniótico: A ocitocina pode aumentar o risco de rotura uterina e outras complicações, e a avaliação do volume e das características do líquido amniótico é importante para garantir que a paciente e o feto estejam seguros durante o trabalho de parto.
  • Avaliar o progresso do trabalho de parto: A ocitocina é frequentemente usada para acelerar o trabalho de parto, e é importante avaliar o progresso do trabalho de parto regularmente para garantir que a paciente esteja progredindo de forma adequada e que a administração da ocitocina esteja sendo bem-sucedida.
  • Monitorar o tônus uterino: O uso de ocitocina pode afetar o tônus uterino, e a avaliação do tônus uterino é importante para garantir que o útero esteja se contraindo adequadamente.
  • Verificar o grau de dilatação cervical: A avaliação do grau de dilatação cervical é importante para monitorar o progresso do trabalho de parto e garantir que a ocitocina esteja sendo administrada adequadamente.
  • Observar sinais de hipersensibilidade: Algumas pacientes podem desenvolver hipersensibilidade à ocitocina, e a observação de sinais como hipotensão, taquicardia, arritmias e reações alérgicas é importante para identificar e tratar essas reações.
  • Orientar a paciente sobre os efeitos colaterais e riscos da ocitocina: É importante que a paciente esteja ciente dos possíveis efeitos colaterais e riscos associados à administração de ocitocina, para que ela possa tomar decisões informadas e colaborar com os cuidados.

Referências

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escrito por:

Gabriel Fellipe Félix Lima

Gabriel Fellipe Félix Lima

Graduando em Enfermagem pela PUC Goiás, Designer Gráfico, Programador e Apaixonado por Tecnologia!