Quais são os Nomes Comerciais e Apresentações da Zidovudina (foco em obstetrícia)?
A zidovudina é um medicamento genérico, portanto não possui nome comercial específico. No entanto, existem diversas apresentações do medicamento disponíveis no mercado, incluindo:
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- Cápsulas de 100 mg e 250 mg
- Solução oral de 10 mg/mL
- Comprimidos revestidos de 300 mg
- Solução Injetável 10mg/ml
Qual é a Farmacocinética da Zidovudina (foco em obstetrícia)?
A zidovudina é rapidamente absorvida após administração oral e sofre metabolismo hepático, principalmente pela enzima glicuroniltransferase. Possui meia-vida plasmática de 0,5 a 3 horas e sua excreção ocorre principalmente pela urina, com pequena quantidade excretada nas fezes. Seu pico de ação ocorre em cerca de 1 hora após a administração oral. Seu uso injetável possui uma absorção mais rápida, com pico de ação em cerca de 20 minutos após a administração.
Qual é o Mecanismo de Ação (Farmacodinâmica) da Zidovudina (foco em obstetrícia)?
A zidovudina, também conhecida como AZT, é um análogo nucleosídico da timidina que age como inibidor da transcriptase reversa do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Sua ação se dá pela inibição da replicação viral, pois atua como uma pró-droga, sendo incorporada ao DNA viral em formação e interrompendo sua cadeia de replicação. Isso evita a propagação do vírus e, consequentemente, a progressão da infecção por HIV.
Para que Zidovudina (foco em obstetrícia) é Indicada?
A zidovudina é indicada na prevenção da transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana (HIV) de mãe para filho durante a gestação, parto e pós-parto imediato, em mulheres com sorologia positiva para HIV e com contagem de linfócitos T CD4+ acima de 350 células/mm³, ou carga viral abaixo de 1000 cópias/mL.
Qual é a Posologia da Zidovudina (foco em obstetrícia)?
A posologia da zidovudina para uso obstétrico pode variar dependendo da situação clínica da gestante. Abaixo estão algumas possibilidades:
- Para profilaxia da transmissão vertical do HIV: 100 mg a cada 4 horas, durante o trabalho de parto e o parto. Caso a gestante já tenha recebido esquemas antirretrovirais prévios ou apresente carga viral indetectável, pode-se considerar a interrupção do uso da zidovudina durante o parto.
- Para gestantes soropositivas que apresentam indicação de terapia antirretroviral combinada (TARV): a posologia da zidovudina pode variar de acordo com o esquema TARV adotado e a situação clínica da gestante.
- Para recém-nascidos de mães soropositivas: 2 mg/kg de peso corporal a cada 6 horas, iniciando nas primeiras 12 horas de vida e continuando por 6 semanas.
É importante ressaltar que a posologia da zidovudina em situações obstétricas deve ser sempre orientada por um especialista e adequada às necessidades individuais de cada paciente.
Quais são os Efeitos Colaterais da Zidovudina (foco em obstetrícia)?
A zidovudina pode apresentar os seguintes efeitos colaterais:
- Dor de cabeça
- Náusea e vômito
- Diarreia
- Fadiga
- Insônia
- Anemia
- Neutropenia (diminuição de neutrófilos no sangue)
- Mialgia (dor muscular)
- Aumento da creatinina quinase (CK) no sangue
- Pancreatite
É importante destacar que a maioria dos efeitos colaterais da zidovudina é transitória e desaparece após a descontinuação do uso do medicamento. No entanto, a ocorrência de efeitos adversos mais graves, como anemia e neutropenia, pode exigir a interrupção do tratamento.
Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Zidovudina (foco em obstetrícia)?
- Monitorar sinais vitais: a zidovudina pode causar efeitos colaterais cardiovasculares, como hipotensão e taquicardia, portanto, é importante monitorar os sinais vitais para prevenir complicações.
- Verificar sinais de sangramento: a zidovudina pode causar trombocitopenia, que é uma diminuição do número de plaquetas no sangue, aumentando o risco de sangramento. Assim, é importante verificar sinais de sangramento, como petéquias, equimoses e sangramento nas gengivas.
- Monitorar os níveis de hemoglobina e glóbulos brancos: a zidovudina pode causar anemia e leucopenia, portanto é importante monitorar os níveis de hemoglobina e glóbulos brancos para prevenir complicações.
- Orientar sobre a importância de seguir corretamente a posologia: a zidovudina é um medicamento antirretroviral que deve ser utilizado com cuidado, seguindo corretamente as orientações médicas, para evitar a resistência viral e outras complicações.
- Verificar possíveis interações medicamentosas: a zidovudina pode interagir com outros medicamentos, alterando sua eficácia ou causando efeitos colaterais. É importante verificar possíveis interações medicamentosas e orientar o paciente a evitar o uso de determinados medicamentos durante o tratamento com zidovudina.
- Realizar monitoramento fetal: a zidovudina é utilizada para prevenir a transmissão vertical do HIV, portanto é importante realizar o monitoramento fetal durante a gestação e o parto para garantir a eficácia do tratamento e prevenir a transmissão do vírus para o bebê.
- Monitorar a presença de sinais de infecção: a zidovudina pode afetar o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções. Por isso, é importante monitorar a presença de sinais de infecção, como febre, dor de garganta e dor ao urinar.
- Incentivar a higiene bucal: a zidovudina pode causar efeitos colaterais na boca, como aftas e candidíase oral. Assim, é importante incentivar a higiene bucal adequada para prevenir essas complicações.
- Orientar sobre os possíveis efeitos colaterais: a zidovudina pode causar diversos efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. É importante orientar o paciente sobre esses possíveis efeitos e como lidar com eles.
- Realizar o acompanhamento pós-parto: após o parto, é importante realizar o acompanhamento clínico da mãe e do bebê para verificar se o tratamento com zidovudina foi eficaz na prevenção da transmissão vertical do HIV e prevenir complicações pós-parto.
Referências
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-prevencao-da-transmissao-vertical-de-hiv-sif. Acesso em: 12 de março de 2022.
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