grupos farmacológicos:

fórmula molecular:

C13H21NO3

princípio ativo:

salbutamol / albuterol

Quais são os Nomes Comerciais e Apresentações do Salbutamol (foco em obstetrícia)?

Aerocaps, Aerolin, Aerotrat, Airmax, Albatron, Albetol, Albicanex, Albiflex, Albivent, Alburol, Albuterol, Albutin, Alfarol, AstraZeneca Salbutamol, Asmax, Asmol, Asventol, Astmopent, Brolin, Bropil, Bronqtrat, Buventol, Hivent, Salben, Salbulair, Salbutamol, Salbuven, Ventilan, Ventilax, Ventmax, Ventodisk, Ventolin, Ventrex e Volmax.

Qual é a Farmacocinética do Salbutamol (foco em obstetrícia)?

O salbutamol é um medicamento de administração por via inalatória que apresenta rápida absorção pela mucosa respiratória e atinge o pico de concentração plasmática em cerca de 15 minutos após a inalação. Após a administração do salbutamol, a sua meia-vida de eliminação é de aproximadamente 4 a 6 horas, podendo variar em função de fatores individuais, como idade, condições clínicas e uso concomitante de outros medicamentos.

A administração do salbutamol pode ser feita por via inalatória ou por via oral. Quando administrado por via inalatória, o medicamento apresenta um efeito mais rápido e concentrado, atuando diretamente sobre as vias aéreas, enquanto que a administração por via oral pode apresentar uma absorção mais lenta e menos eficaz.

No contexto obstétrico, o salbutamol pode ser utilizado em casos de asma ou broncoespasmo durante a gestação, e a sua administração deve ser feita com cautela, sobretudo em gestantes com risco de parto prematuro, visto que o medicamento pode ter efeitos no sistema cardiovascular da mãe e do feto. A farmacocinética do salbutamol pode variar em gestantes, em função das mudanças fisiológicas decorrentes da gestação, como a dilatação das vias aéreas, o aumento da demanda metabólica e a redução da capacidade pulmonar. Dessa forma, a dosagem e o tempo de administração devem ser ajustados com base nas condições clínicas da gestante e em avaliações periódicas da eficácia e da segurança do medicamento.

Qual é o Mecanismo de Ação (Farmacodinâmica) do Salbutamol (foco em obstetrícia)?

O salbutamol atua no sistema respiratório, promovendo a dilatação das vias aéreas e facilitando a respiração em situações em que há dificuldade na passagem do ar. O medicamento pertence ao grupo dos broncodilatadores beta-adrenérgicos de curta ação e atua seletivamente sobre os receptores beta-2 adrenérgicos, que estão presentes na musculatura lisa das vias respiratórias.

Quando o salbutamol se liga aos receptores beta-2, ocorre a ativação da enzima adenilato ciclase, que estimula a produção de AMP cíclico (AMPc) no interior das células musculares das vias aéreas. O AMPc tem como principal efeito a relaxação da musculatura lisa das vias respiratórias, resultando na dilatação dos brônquios e na facilitação da passagem do ar.

Além disso, o salbutamol pode atuar na liberação de mediadores inflamatórios das células do sistema imune, como histamina e leucotrienos, que contribuem para o estreitamento das vias aéreas. Dessa forma, o salbutamol apresenta um efeito anti-inflamatório adicional, reduzindo a inflamação e a obstrução das vias respiratórias.

Em situações obstétricas, o salbutamol pode ser utilizado em casos de asma ou broncoespasmo, tanto para aliviar os sintomas de dispneia e falta de ar da mãe, quanto para evitar a hipóxia fetal, que pode ocorrer em decorrência da hipoxemia materna. O salbutamol é considerado seguro para uso durante a gravidez, desde que utilizado sob prescrição médica e com monitoramento das condições clínicas da gestante e do feto.

Para que Salbutamol (foco em obstetrícia) é Indicado?

O salbutamol pode ser indicado em obstetrícia para o tratamento de doenças respiratórias, como a asma ou o broncoespasmo, que podem ocorrer durante a gestação. Nessas situações, o salbutamol pode ser utilizado para aliviar os sintomas de dispneia, falta de ar e tosse, que podem comprometer a oxigenação do feto e a saúde da gestante.

Além disso, o salbutamol pode ser utilizado no tratamento da ameaça de parto prematuro, quando há contrações uterinas precoces e o risco de nascimento do feto antes do tempo normal. Nesses casos, o salbutamol pode ser administrado por via oral ou intravenosa, com o objetivo de relaxar o útero e inibir as contrações uterinas, atrasando o parto e permitindo que o feto complete o tempo adequado de gestação.

Qual é a Posologia do Salbutamol (foco em obstetrícia)?

A posologia do salbutamol em obstetrícia pode variar de acordo com a indicação terapêutica e as condições clínicas da gestante. Em geral, a dose recomendada de salbutamol para asma ou broncoespasmo em gestantes é de 2 a 4 mg por via inalatória a cada 4 a 6 horas, com a possibilidade de ajustes na dosagem de acordo com a resposta clínica da paciente.

No caso do uso de salbutamol para o tratamento da ameaça de parto prematuro, a posologia recomendada é de 4 a 8 mg por via intravenosa, diluído em solução salina a 0,9%, administrado em infusão contínua. A infusão deve ser iniciada com uma dose de ataque de 4 mg, seguida de doses de manutenção de 4 mg a cada 20 minutos, se necessário, até que as contrações uterinas sejam controladas. A dose total de salbutamol administrada deve ser monitorada e ajustada de acordo com as condições clínicas da gestante e a resposta obstétrica.

Cabe destacar que a posologia do salbutamol deve ser definida por um especialista em obstetrícia, levando em consideração as condições clínicas e obstétricas da gestante, bem como a segurança do medicamento para o feto.

Quais são os Efeitos Colaterais do Salbutamol (foco em obstetrícia)?

Os efeitos colaterais mais comuns do salbutamol são de origem cardiovascular, como taquicardia, palpitações, arritmias, hipertensão e angina. Além disso, o salbutamol pode causar tremores, ansiedade, nervosismo, dor de cabeça, tontura, insônia, náuseas, vômitos, diarreia, sudorese e alterações metabólicas, como hipocalemia.

No contexto obstétrico, o salbutamol pode apresentar efeitos secundários para o feto, como hipoxia, acidose, taquicardia, tremores, convulsões e anomalias cardíacas. Por isso, é importante que o uso do salbutamol em gestantes seja feito com cautela, sob orientação médica e com acompanhamento das condições clínicas e obstétricas da gestante e do feto.

Cabe ressaltar que a ocorrência de efeitos colaterais do salbutamol pode ser minimizada com a utilização de doses adequadas, ajustadas de acordo com as necessidades de cada paciente, e com o acompanhamento clínico e laboratorial periódico. Caso a gestante apresente qualquer sintoma adverso após a administração de salbutamol, é importante que ela informe imediatamente o profissional responsável, para que as medidas adequadas possam ser tomadas.

Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Salbutamol (foco em obstetrícia)?

  1. Monitorar a frequência cardíaca – devido à possível ocorrência de taquicardia e outras arritmias cardíacas associadas ao uso do salbutamol, é importante monitorar a frequência cardíaca da gestante antes, durante e após a administração do medicamento.
  2. Monitorar a pressão arterial – a hipertensão é outro efeito colateral cardiovascular comum do salbutamol, por isso é importante monitorar a pressão arterial da gestante para identificar possíveis alterações e tomar medidas preventivas.
  3. Verificar o estado de hidratação da gestante – o salbutamol pode causar diarreia e vômitos, o que pode levar à desidratação, especialmente em gestantes que já apresentam alterações no balanço hídrico. Por isso, é importante verificar regularmente o estado de hidratação da gestante e oferecer líquidos para reidratação, se necessário.
  4. Avaliar a função respiratória – o salbutamol é utilizado para o tratamento de asma e broncoespasmo, por isso é importante avaliar regularmente a função respiratória da gestante, a fim de verificar a eficácia do medicamento e ajustar a dose, se necessário.
  5. Observar possíveis reações alérgicas – o salbutamol pode causar reações alérgicas em algumas gestantes, como erupções cutâneas, coceira, inchaço e dificuldade para respirar. É importante observar a presença de qualquer sinal ou sintoma de alergia e informar imediatamente o profissional responsável.
  6. Monitorar os níveis de potássio – o salbutamol pode causar hipocalemia, o que pode levar a complicações cardiovasculares, especialmente em gestantes com doenças cardíacas pré-existentes. Por isso, é importante monitorar regularmente os níveis de potássio da gestante e tomar medidas preventivas, se necessário.
  7. Verificar a presença de contrações uterinas – o salbutamol é utilizado para o tratamento da ameaça de parto prematuro, por isso é importante verificar a presença de contrações uterinas e monitorar regularmente a evolução do trabalho de parto.
  8. Avaliar o bem-estar fetal – o uso de salbutamol em gestantes pode apresentar efeitos secundários para o feto, por isso é importante avaliar regularmente o bem-estar fetal, por meio de exames de monitorização fetal e ultrassonografia.
  9. Orientar a gestante sobre os efeitos colaterais – é importante informar a gestante sobre os possíveis efeitos colaterais do salbutamol, como taquicardia, tremores, ansiedade, entre outros, para que ela esteja ciente dos riscos e possa informar imediatamente o profissional em caso de qualquer sintoma adverso.
  10. Garantir a administração correta do medicamento – a administração do salbutamol deve ser feita de acordo com a dose e a via de administração recomendadas, para evitar complicações e maximizar os benefícios terapêuticos do medicamento. É importante que a gestante receba orientação adequada sobre como utilizar o medicamento e que a administração seja feita por um profissional de saúde capacitado, seguindo as orientações da bula do medicamento.

Referências

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escrito por:

Gabriel Fellipe Félix Lima

Gabriel Fellipe Félix Lima

Graduando em Enfermagem pela PUC Goiás, Designer Gráfico, Programador e Apaixonado por Tecnologia!