grupos farmacológicos:

uterotônicos
alcalóides do esporão do centeio

fórmula molecular:

C20H25N3O2

princípio ativo:

Metilergometrina

Quais são os Nomes Comerciais e Apresentações da Metilergometrina (Methergin)?

  • Metilona
  • Methergin
  • Methergin Neo
  • Metilergin
  • Methergin Metil
  • Metilergometrina Neo Química
  • Metilergometrina EMS
  • Metilergometrina Germed
  • Metilergometrina Eurofarma

Qual é a Farmacocinética da Metilergometrina (Methergin)?

A absorção da metilergometrina pode variar de acordo com a via de administração, sendo relativamente baixa após administração oral, em torno de 16% a 20%. Por outro lado, a absorção é mais rápida e completa após administração intravenosa ou intramuscular, o que pode levar a uma ação mais rápida e intensa da substância.

Após ser absorvida, a metilergometrina sofre metabolização hepática, sendo que a maior parte da dose é excretada na bile. A meia-vida de eliminação da metilergometrina varia de acordo com a via de administração, sendo em média de 45 minutos a 1 hora após administração intravenosa e de cerca de 3 horas após administração oral. É importante lembrar que a metilergometrina pode ser excretada no leite materno e atravessar a barreira placentária, o que deve ser considerado na sua utilização em pacientes lactantes ou gestantes.

A dose de metilergometrina utilizada também pode afetar a sua farmacocinética. Doses elevadas podem levar a uma saturação das enzimas hepáticas responsáveis pela metabolização da substância, aumentando a sua biodisponibilidade e prolongando a sua meia-vida de eliminação. Por outro lado, doses baixas podem ter uma ação mais curta e menos intensa.

Qual é o Mecanismo de Ação (Farmacodinâmica) da Metilergometrina (Methergin)?

O mecanismo de ação da metilergometrina envolve a ativação de receptores adrenérgicos e serotoninérgicos, levando a uma ação uterotônica e vasoconstritora.

A metilergometrina é um agonista parcial dos receptores alfa-1 adrenérgicos e dos receptores serotoninérgicos (5-HT1 e 5-HT2). A sua ação sobre os receptores adrenérgicos e serotoninérgicos resulta em uma ativação das vias de sinalização intracelular que levam a uma contração uterina e a uma vasoconstrição periférica.

Na musculatura uterina, a metilergometrina atua diretamente nas células musculares lisas, promovendo um aumento na liberação de cálcio intracelular e consequente ativação das proteínas contráteis, o que leva à contração uterina. Essa ação uterotônica é importante no tratamento de hemorragias pós-parto, pois ajuda a reduzir o sangramento ao promover a contração do útero.

Além disso, a metilergometrina também promove uma vasoconstrição periférica, que ocorre através da ativação dos receptores alfa-1 adrenérgicos presentes nos vasos sanguíneos. Essa vasoconstrição periférica pode levar a um aumento da resistência vascular periférica e consequentemente a uma elevação da pressão arterial, que é um efeito colateral comum da metilergometrina.

Para que Metilergometrina (Methergin) é Indicada?

A metilergometrina é um medicamento utilizado principalmente em obstetrícia e ginecologia, sendo indicado para o tratamento de diversas condições, tais como:

  • Hemorragia pós-parto: a metilergometrina é frequentemente utilizada para prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto, que é uma complicação comum após o parto e pode levar a sérias consequências para a saúde da mãe.
  • Atonia uterina: a metilergometrina também é indicada para o tratamento da atonia uterina, que é a incapacidade do útero de se contrair adequadamente durante o parto ou após o parto, levando a uma retenção de sangue e risco de hemorragia.
  • Aborto incompleto: a metilergometrina pode ser utilizada para auxiliar a expulsão dos restos fetais em casos de aborto incompleto, evitando complicações como infecções e hemorragias.
  • Mastalgia cíclica: a metilergometrina pode ser indicada para o tratamento da mastalgia cíclica, que é a dor nos seios que ocorre em algumas mulheres durante o ciclo menstrual.
  • Enxaqueca: a metilergometrina pode ser utilizada em algumas formas de enxaqueca para reduzir a intensidade e a duração das crises.

Qual é a Posologia da Metilergometrina (Methergin)?

A posologia da metilergometrina pode variar de acordo com a situação clínica a ser tratada.

  • Hemorragia pós-parto: a dose recomendada de metilergometrina para o tratamento da hemorragia pós-parto é de 0,2 mg a 0,25 mg por via intramuscular ou intravenosa. Em geral, essa dose é repetida a cada 2 a 4 horas, se necessário, até que a hemorragia seja controlada. Após o controle da hemorragia, a dose pode ser reduzida para 0,125 mg a 0,2 mg a cada 6 a 8 horas por via oral ou intramuscular, por um período de 24 a 48 horas.
  • Atonia uterina: a dose recomendada de metilergometrina para o tratamento da atonia uterina é de 0,2 mg a 0,25 mg por via intramuscular ou intravenosa, a cada 2 a 4 horas, se necessário. Após a contração uterina ser restaurada, a dose pode ser reduzida para 0,125 mg a 0,2 mg por via oral ou intramuscular, a cada 6 a 8 horas, por um período de 24 a 48 horas.
  • Aborto incompleto: a dose recomendada de metilergometrina para o tratamento do aborto incompleto é de 0,2 mg por via intramuscular ou intravenosa, a cada 2 a 4 horas, se necessário, por um período de até 48 horas.
  • Mastalgia cíclica: a dose recomendada de metilergometrina para o tratamento da mastalgia cíclica é de 0,125 mg a 0,25 mg por via oral, 2 a 4 vezes ao dia, durante o período sintomático (geralmente a segunda metade do ciclo menstrual).
  • Enxaqueca: a dose recomendada de metilergometrina para o tratamento da enxaqueca é de 0,125 mg a 0,25 mg por via oral ou nasal, durante a fase aguda da crise, podendo ser repetida a cada 30 minutos até um máximo de 3 doses por dia.
  • Infusão Intravenosa: A infusão intravenosa de metilergometrina é uma forma de administração menos comum do medicamento, mas pode ser utilizada em casos específicos de hemorragia pós-parto grave que não respondem a outras formas de tratamento. A dose recomendada de metilergometrina para infusão intravenosa varia de acordo com o caso clínico.

    De modo geral, a infusão intravenosa de metilergometrina é preparada diluindo-se 1 ampola de 1 ml de metilergometrina (0,2 mg) em 500 ml de solução fisiológica, para obtenção de uma concentração de 0,0004 mg/ml. A infusão é iniciada com uma taxa baixa, por exemplo, 0,5 ml/min, e gradualmente aumentada a cada 30 minutos, de acordo com a resposta da paciente, até a dose máxima de 10 ml/hora (4 microgramas/min).

    Vale lembrar que a infusão intravenosa de metilergometrina é uma forma de administração que requer muitos cuidados e monitoramento rigoroso do paciente. É uma opção de tratamento que deve ser reservada para casos graves e sob supervisão de equipe especializada.

Quais são os Efeitos Colaterais da Metilergometrina (Methergin)?

A metilergometrina é um medicamento que pode causar alguns efeitos colaterais, especialmente quando administrado em doses elevadas ou em pacientes sensíveis à sua ação. Alguns dos principais efeitos colaterais da metilergometrina incluem:

  • Náuseas e vômitos: são os efeitos colaterais mais comuns da metilergometrina, especialmente quando administrada em doses elevadas. A ocorrência de náuseas e vômitos pode ser reduzida através da administração do medicamento junto às refeições.
  • Hipertensão arterial: a metilergometrina pode causar uma elevação da pressão arterial, especialmente em pacientes com histórico de hipertensão arterial. O monitoramento da pressão arterial é importante durante o tratamento com a metilergometrina.
  • Dor de cabeça: a metilergometrina pode causar dor de cabeça em alguns pacientes, especialmente quando utilizada no tratamento da enxaqueca.
  • Tontura e vertigem: a metilergometrina pode causar tontura e vertigem, especialmente quando administrada em doses elevadas ou em pacientes mais sensíveis.
  • Contrações uterinas excessivas: a metilergometrina pode causar contrações uterinas excessivas em algumas pacientes, o que pode levar a uma hipóxia fetal em casos de gestação em andamento.
  • Reações alérgicas: em casos raros, a metilergometrina pode causar reações alérgicas, como urticária, prurido e angioedema.

Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Metilergometrina (Methergin)?

  • Monitorar a pressão arterial: a metilergometrina pode causar hipertensão arterial, especialmente em pacientes com histórico de hipertensão. É importante realizar a monitorização da pressão arterial durante o tratamento, garantindo o controle adequado da pressão arterial.
  • Observar sinais de hemorragia: a metilergometrina é utilizada para prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto. É importante observar sinais de hemorragia, como sangramento vaginal excessivo, para garantir o tratamento adequado.
  • Monitorar a frequência cardíaca: a metilergometrina pode causar taquicardia em alguns pacientes. É importante monitorar a frequência cardíaca durante o tratamento, para garantir a segurança do paciente.
  • Observar contrações uterinas excessivas: a metilergometrina pode causar contrações uterinas excessivas em algumas pacientes, o que pode levar a uma hipóxia fetal em casos de gestação em andamento. É importante observar as contrações uterinas durante o tratamento, para garantir a segurança do feto.
  • Administrar o medicamento junto às refeições: a metilergometrina pode causar náuseas e vômitos em alguns pacientes. A administração do medicamento junto às refeições pode reduzir a ocorrência desses efeitos colaterais.
  • Orientar sobre sinais de reações alérgicas: embora raras, as reações alérgicas podem ocorrer durante o tratamento com a metilergometrina. É importante orientar o paciente e a família sobre os sinais de reações alérgicas, como urticária, prurido e angioedema.
  • Avaliar a presença de doenças pré-existentes: a metilergometrina deve ser utilizada com precaução em pacientes com histórico de hipertensão, doença arterial coronariana, doença renal ou hepática, dentre outras condições. É importante avaliar a presença de doenças pré-existentes e as interações medicamentosas antes de iniciar o tratamento com a metilergometrina.
  • Avaliar a presença de gestação: a metilergometrina é utilizada em obstetrícia para prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto e outras complicações obstétricas. É importante avaliar a presença de gestação antes de iniciar o tratamento, para garantir a segurança da mãe e do feto.
  • Observar o paciente após a administração: a metilergometrina pode causar tontura e vertigem em alguns pacientes. É importante observar o paciente após a administração do medicamento, garantindo a segurança do paciente.
  • Realizar a administração de acordo com a posologia: a metilergometrina deve ser utilizada somente sob orientação médica, respeitando as doses e as precauções específicas de cada apresentação. É importante realizar a administração de acordo com a posologia, garantindo a eficácia e a segurança do tratamento.

Referências

Bula da Metilergometrina. Teuto Brasileiro S/A. Data de acesso: 23/02/2023. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=4278892021&pIdAnexo=12710711.

Hemorragia Pós-parto: Diagnóstico, Tratamento e Prevenção. Araújo, C.A.C.; Lemos, A.; Silva, J.L.P. et al. (2019). Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 41(10): 625-636. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/TsRJgKjRzcXzzFBdPFX8DDj/?lang=pt.

Hemorragia pós-parto: revisão sistemática sobre estratégias preventivas. Flores, A.S.; Griebler, R.S.; Bortoluzzi, C.B. et al. (2019). Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 41(7): 417-429. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/YT6T2sRnDmYsBZpSZKZmKCJ/?lang=pt.

Goodman & Gilman – As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Brunton, L.L.; Hilal-Dandan, R. e Knollmann, B.C. (2018). 13a ed. Porto Alegre: AMGH.

Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Brunner, L.S. e Suddarth, D.S. (2018). 14a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Uso de metilergometrina para a prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto. Diretrizes da OMS para a prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto. Data de acesso: 23/02/2023. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/maternal_perinatal_health/9789241548502/en/.

escrito por:

Gabriel Fellipe Félix Lima

Gabriel Fellipe Félix Lima

Enfermeiro Graduado pela PUC Goiás, Láurea Summa Cum Laude, Designer Gráfico, Programador e Apaixonado por Tecnologia e Desenvolvimento de Soluções Tecnológicas para Aplicação em Saude! Lattes: http://lattes.cnpq.br/6538783651943192