grupos farmacológicos:

fórmula molecular:

C22H29FO5

princípio ativo:

Betametasona

Quais são os Nomes Comerciais e Apresentações da Betametasona (foco em obstetrícia)?

  • Valerato de Betametasona: Creme, pomada, solução tópica.
  • Celestone Chronodose: Solução injetável.
  • Dipropionato de Betametasona: Creme, pomada, loção, solução tópica, suspensão e injetável.
  • Encortolon: Comprimidos.
  • Injetran B: Solução injetável.
  • Betametasona: Solução tópica.

Qual é a Farmacocinética da Betametasona (foco em obstetrícia)?

Compreender a farmacocinética da betametasona é fundamental para entender como o medicamento é absorvido, distribuído, metabolizado e eliminado pelo organismo. A betametasona é um corticoide sintético de longa duração que apresenta alta potência anti-inflamatória e imunossupressora.

A absorção da betametasona é dependente da via de administração. Quando administrada por via intravenosa, a betametasona é rapidamente distribuída pelos tecidos e atinge altas concentrações plasmáticas em poucos minutos. Quando administrada por via oral, a betametasona é absorvida pelo trato gastrointestinal e sofre um metabolismo hepático de primeira passagem, que reduz significativamente sua biodisponibilidade. Quando administrada por via intramuscular, a betametasona é absorvida lentamente e pode apresentar uma duração prolongada de ação.

A betametasona é amplamente distribuída pelos tecidos do organismo, incluindo o fígado, rim, pulmão e músculo, entre outros. O medicamento se liga fortemente às proteínas plasmáticas, principalmente à globulina ligadora de corticosteroides (CBG), o que pode afetar a distribuição e a depuração do fármaco. A betametasona é metabolizada no fígado e transformada em metabólitos inativos que são eliminados pela urina e pelas fezes.

A meia-vida da betametasona é de cerca de 36 a 54 horas, o que significa que o medicamento leva um tempo relativamente longo para ser eliminado do organismo. Por isso, é importante ter cuidado ao interromper o tratamento com betametasona para evitar a ocorrência de sintomas de abstinência.

É importante ressaltar que a farmacocinética da betametasona pode ser afetada por diversos fatores, como idade, sexo, função renal e hepática, uso concomitante de outros medicamentos, entre outros. Por isso, é fundamental que a dosagem e a forma de administração da betametasona sejam sempre orientadas por um profissional de saúde capacitado.

Qual é o Mecanismo de Ação (Farmacodinâmica) da Betametasona (foco em obstetrícia)?

O mecanismo de ação da betametasona está relacionado com sua propriedade de ser um glicocorticoide. Essa classe de hormônios esteroides, produzidos naturalmente pelo corpo humano, possui ação anti-inflamatória, imunossupressora, antialérgica e antiproliferativa.

Na gestante, a betametasona é capaz de estimular a produção de surfactante pulmonar em fetos em risco de prematuridade, reduzindo a incidência de síndrome do desconforto respiratório neonatal.

A betametasona, assim como outros glicocorticoides sintéticos, atua ligando-se a receptores específicos de glicocorticoides, presentes em diversos tecidos do corpo, incluindo células imunológicas, células pulmonares e células cutâneas, entre outras. Após a ligação ao receptor, a betametasona é internalizada e atua regulando a expressão de diversos genes e proteínas, o que leva à diminuição da resposta inflamatória e imunológica.

Entre os principais efeitos da betametasona, destacam-se a inibição da produção e liberação de substâncias pró-inflamatórias, como a histamina e as citocinas, a diminuição da permeabilidade vascular e do edema, a inibição da migração de células inflamatórias para o local da lesão, e a supressão da resposta imune celular e humoral.

É importante ressaltar que a betametasona pode apresentar efeitos colaterais, especialmente em tratamentos prolongados ou em doses elevadas, como aumento da glicemia, alterações no metabolismo de lipídeos, alterações no sistema imunológico, entre outros. Por isso, o uso da betametasona deve ser sempre orientado e acompanhado por um profissional de saúde capacitado.

Para que Betametasona (foco em obstetrícia) é Indicada?

A betametasona é um medicamento com diversas indicações terapêuticas, devido à sua potente ação anti-inflamatória e imunossupressora, porém com foco especialmente em obstetrícia temos a seguinte indicação:

  • Tratamento pré-natal em gestações de risco de prematuridade, para acelerar a maturação pulmonar fetal;

É importante lembrar que o uso da betametasona deve ser sempre orientado e acompanhado por um profissional de saúde capacitado, que irá avaliar a indicação, dosagem e duração do tratamento de acordo com as características individuais de cada paciente. Além disso, é fundamental ressaltar que a betametasona pode apresentar efeitos colaterais, especialmente em tratamentos prolongados ou em doses elevadas, por isso o uso do medicamento deve ser sempre acompanhado e monitorado por um profissional de saúde.

Qual é a Posologia da Betametasona (foco em obstetrícia)?

A betametasona é um medicamento que pode ser administrado em diversas apresentações e formas farmacêuticas, incluindo comprimidos, soluções injetáveis, cremes, pomadas, entre outras. A dosagem e a forma de administração da betametasona irão variar de acordo com a indicação terapêutica, a gravidade da doença, a idade e as características individuais de cada paciente. Abaixo, algumas orientações gerais sobre a posologia da betametasona para a sua indicação mais comum em obstetrícia:

  • Tratamento pré-natal em gestações de risco de prematuridade: A betametasona é administrada por via intramuscular, em duas doses de 12 mg, com um intervalo de 24 horas. O objetivo é acelerar a maturação pulmonar fetal e reduzir o risco de síndrome do desconforto respiratório neonatal.

É importante ressaltar que as orientações acima são apenas um guia geral e que a dosagem e a forma de administração da betametasona devem ser sempre orientadas e acompanhadas por um profissional de saúde capacitado.

Quais são os Efeitos Colaterais da Betametasona (foco em obstetrícia)?

A betametasona é um medicamento com potente ação anti-inflamatória e imunossupressora, e seu uso pode estar associado a diversos efeitos colaterais. A intensidade e a frequência dos efeitos colaterais irão variar de acordo com a dose, a duração do tratamento e as características individuais de cada paciente. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns da betametasona incluem:

  • Aumento do apetite e ganho de peso;
  • Aumento da glicemia e risco de desenvolvimento de diabetes mellitus;
  • Alterações no metabolismo de lipídeos, com aumento do colesterol e dos triglicerídeos;
  • Retenção de líquidos e edema;
  • Hipertensão arterial;
  • Alterações no sistema imunológico, com maior suscetibilidade a infecções e risco de reativação de infecções latentes;
  • Alterações no sistema endócrino, com supressão da produção de hormônios hipofisários e adrenocorticais;
  • Distúrbios psiquiátricos, como insônia, irritabilidade, agitação e depressão;
  • Catarata e glaucoma em pacientes que utilizam a forma oftálmica;
  • Osteoporose e aumento do risco de fraturas ósseas;
  • Atraso no crescimento e desenvolvimento em crianças;
  • Síndrome de Cushing, com redistribuição da gordura corporal e aparecimento de estrias.

É importante lembrar que o uso prolongado de corticoides, como a betametasona, deve ser sempre orientado e acompanhado por um profissional de saúde capacitado, que irá avaliar a relação entre o benefício terapêutico e o risco de efeitos colaterais em cada caso. Além disso, é fundamental seguir as orientações médicas quanto à dosagem, forma de administração e duração do tratamento, e informar o médico caso ocorram quaisquer reações adversas.

Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Betametasona (foco em obstetrícia)?

Avaliar o risco/benefício do tratamento: é importante avaliar o risco/benefício do uso da betametasona durante a gestação, considerando a gravidade da situação clínica e os possíveis efeitos colaterais do medicamento.

Observar os sinais vitais da gestante: a administração de betametasona pode estar associada a efeitos colaterais como hipertensão arterial, alteração da glicemia e retenção de líquidos. Por isso, é importante observar os sinais vitais da gestante antes e após a administração do medicamento.

Monitorar a glicemia: a betametasona pode aumentar a glicemia da gestante, o que pode ser especialmente preocupante em pacientes com diabetes gestacional. Por isso, é importante monitorar a glicemia antes e após a administração do medicamento.

Verificar o perfil de coagulação: a betametasona pode alterar o perfil de coagulação da gestante, aumentando o risco de trombose venosa profunda. Por isso, é importante verificar o perfil de coagulação antes e após a administração do medicamento.

Verificar a presença de infecções: a betametasona pode suprimir o sistema imunológico da gestante, aumentando o risco de infecções. Por isso, é importante verificar a presença de infecções antes e após a administração do medicamento.

Monitorar o bem-estar fetal: a betametasona é utilizada em gestações de risco de prematuridade para acelerar a maturação pulmonar fetal, mas pode estar associada a efeitos colaterais no feto. Por isso, é importante monitorar o bem-estar fetal antes e após a administração do medicamento.

Verificar a presença de contrações uterinas: a betametasona pode aumentar o risco de contrações uterinas, o que pode ser especialmente preocupante em gestações de risco de parto prematuro. Por isso, é importante verificar a presença de contrações uterinas antes e após a administração do medicamento.

Orientar a gestante quanto aos efeitos colaterais: é importante orientar a gestante quanto aos possíveis efeitos colaterais da betametasona, como aumento da glicemia, retenção de líquidos e hipertensão arterial, para que ela possa informar o médico caso ocorram quaisquer sintomas.

Acompanhar a gestante após a administração do medicamento: é importante acompanhar a gestante após a administração da betametasona para verificar a ocorrência de quaisquer efeitos colaterais ou complicações.

Registrar a administração do medicamento: é fundamental registrar a administração da betametasona no prontuário da gestante, incluindo a dosagem, a forma de administração, a data e o horário da administração, para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Referências

  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Uso de corticosteroides pré-natais para prevenção da morbimortalidade neonatal em gestações de risco de parto pré-termo. Departamento Científico de Neonatologia. Jornal de Pediatria, v. 88, n. 1, p. 1-6, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v88n1/v88n1a01.pdf. Acesso em: 20 de fevereiro de 2023.
  2. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Bula do medicamento: Betametasona. Disponível em: https://consultaremedios.com.br/betametasona/bula. Acesso em: 20 de fevereiro de 2023.
  3. SAITO, Kelly N.; LIMA, Izabel R.; OLIVEIRA, Roseli C.; FIGUEIREDO, Luiz F.; KATZ, Leila; SHIMIZU, Maria H.; SILVA, Priscila F.; MOREIRA, Maria E.; FREIRE, Maria D. Betametasona e Dexametasona para Maturação Pulmonar Fetal: Uso e Preocupações em Neonatologia. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 9, n. 2, p. 151-156, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v9n2/a05v9n2.pdf. Acesso em: 20 de fevereiro de 2023.

escrito por:

Gabriel Fellipe Félix Lima

Gabriel Fellipe Félix Lima

Graduando em Enfermagem pela PUC Goiás, Designer Gráfico, Programador e Apaixonado por Tecnologia!