grupos farmacológicos:
fórmula molecular:
C5H9NO3S
princípio ativo:
acetilcisteína
Quais são os Nomes Comerciais da Acetilcisteína?
Fluimucil®, Acetilcisteína EMS, Acetilcisteína Teuto, Acetilcisteína Eurofarma.
Qual é o Mecanismo de Ação da Acetilcisteína?
A acetilcisteína é um derivado do aminoácido cisteína, e sua atividade terapêutica está associada à capacidade de promover a síntese e/ou liberação de glutationa, um tripeptídeo com importante ação antioxidante. A glutationa é um composto presente em diversos tecidos do organismo, incluindo o pulmão, onde exerce papel fundamental na proteção contra agentes oxidantes e na manutenção da homeostase celular.
A acetilcisteína, ao ser metabolizada em cisteína, é capaz de aumentar a disponibilidade desse aminoácido intracelularmente, o que pode levar a um aumento da síntese de glutationa. Além disso, a acetilcisteína pode agir diretamente como um agente antioxidante, inibindo a formação de radicais livres e reduzindo os danos oxidativos em células e tecidos.
Dessa forma, a acetilcisteína é capaz de reduzir a viscosidade das secreções brônquicas, facilitando a expectoração e melhorando a ventilação pulmonar. A acetilcisteína pode também exercer efeito protetor sobre o parênquima pulmonar, reduzindo a inflamação e a lesão oxidativa em pacientes com doenças respiratórias.
Para que Acetilcisteína é Indicada?
A acetilcisteína é indicada para o tratamento de distúrbios respiratórios que cursam com acúmulo de secreções viscosas e de difícil eliminação, como bronquite crônica, enfisema e fibrose cística. Além disso, a acetilcisteína é utilizada como antídoto em casos de intoxicação por paracetamol.
Qual é a Posologia da Acetilcisteína?
Distúrbios respiratórios:
- Adultos: 600 mg ao dia, divididos em duas ou três doses diárias.
- Crianças de 2 a 6 anos: 200 mg ao dia, divididos em duas doses diárias.
- Crianças de 7 a 14 anos: 300 mg ao dia, divididos em duas doses diárias.
Intoxicação por paracetamol:
- Adultos e crianças acima de 7 anos: dose única de 140 mg/kg de peso corporal, seguida de uma segunda dose de 70 mg/kg de peso corporal após 8 horas.
Quais são os Efeitos Colaterais da Acetilcisteína?
A acetilcisteína é geralmente bem tolerada, mas pode causar efeitos colaterais em alguns pacientes, como náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, ardor no estômago, azia e reações alérgicas. Em casos raros, pode ocorrer broncoespasmo e dispneia.
Quais são os Cuidados de Enfermagem para Pacientes sob uso de Acetilcisteína?
Realizar avaliação respiratória antes e durante o tratamento com acetilcisteína: É importante que a equipe de enfermagem realize uma avaliação da função respiratória do paciente antes e durante o tratamento com acetilcisteína, a fim de monitorar a eficácia do medicamento e identificar possíveis complicações.
Observar os efeitos colaterais durante o tratamento e comunicá-los ao médico: A acetilcisteína pode causar efeitos colaterais em alguns pacientes, como náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, ardor no estômago, azia e reações alérgicas. É importante que a equipe de enfermagem observe a ocorrência desses sintomas e comunique-os ao médico responsável.
Manter o paciente hidratado durante o tratamento: A hidratação adequada é fundamental para o bom funcionamento do trato respiratório e para a eficácia do tratamento com acetilcisteína. A equipe de enfermagem deve incentivar o paciente a aumentar a ingestão de líquidos durante o tratamento.
Evitar a exposição do paciente a poeiras e gases irritantes: A exposição a poeiras e gases irritantes pode piorar os sintomas respiratórios e reduzir a eficácia do tratamento com acetilcisteína. É importante que a equipe de enfermagem oriente o paciente a evitar ambientes com essas características.
Orientar o paciente sobre a importância de seguir a posologia prescrita: A dose e o intervalo entre as doses da acetilcisteína devem ser rigorosamente respeitados, para garantir a eficácia do tratamento. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente sobre a importância de seguir a posologia prescrita.
Orientar o paciente sobre a importância de não interromper o tratamento sem orientação médica: A interrupção abrupta do tratamento com acetilcisteína pode comprometer a sua eficácia e piorar os sintomas respiratórios. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente sobre a importância de não interromper o tratamento sem orientação médica.
Orientar o paciente a evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento: O uso de bebidas alcoólicas pode interferir na eficácia do tratamento com acetilcisteína. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente a evitar o consumo de álcool durante o tratamento.
Atentar para a possibilidade de reações alérgicas em pacientes com histórico de alergias respiratórias: A acetilcisteína pode causar reações alérgicas em pacientes com histórico de alergias respiratórias. A equipe de enfermagem deve atentar para a ocorrência dessas reações e comunicá-las ao médico responsável.
Monitorar a função hepática em pacientes com histórico de doenças hepáticas ou uso de medicamentos hepatotóxicos: A acetilcisteína pode interferir na função hepática em pacientes com histórico de doenças hepáticas ou uso de medicamentos hepatotóxicos. A equipe de enfermagem deve monitorar a função hepática desses pacientes durante o tratamento com acetilcisteína.
Monitorar os níveis de glicemia em pacientes diabéticos: A acetilcisteína pode interferir na glicemia em pacientes com diabetes, podendo reduzir os níveis de açúcar no sangue. A equipe de enfermagem deve monitorar os níveis de glicemia desses pacientes durante o tratamento com acetilcisteína.
Orientar o paciente a informar a equipe de enfermagem sobre o uso de outros medicamentos: Alguns medicamentos podem interferir na eficácia da acetilcisteína ou aumentar o risco de efeitos colaterais. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente a informar sobre o uso de outros medicamentos antes de iniciar o tratamento com acetilcisteína.
Orientar o paciente a realizar a inalação de forma adequada: Em alguns casos, a acetilcisteína pode ser administrada por meio de inalação. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente sobre a forma adequada de realizar a inalação, a fim de garantir a eficácia do tratamento.
Realizar a higiene bucal após o uso da acetilcisteína por inalação: A acetilcisteína administrada por inalação pode deixar um gosto amargo na boca. A equipe de enfermagem deve orientar o paciente a realizar a higiene bucal após o uso da acetilcisteína por inalação, a fim de minimizar esse efeito.
Garantir o conforto e a segurança do paciente durante a administração do medicamento: A acetilcisteína pode ser administrada por via oral, intravenosa ou inalação. A equipe de enfermagem deve garantir o conforto e a segurança do paciente durante a administração do medicamento, evitando erros de medicação e minimizando a ocorrência de efeitos colaterais.
Referências
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