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Gabriel Fellipe Félix Lima

Gabriel Fellipe Félix Lima

Enfermeiro Graduado pela PUC Goiás, Láurea Summa Cum Laude, Designer Gráfico, Programador e Apaixonado por Tecnologia e Desenvolvimento de Soluções Tecnológicas para Aplicação em Saude! Lattes: http://lattes.cnpq.br/6538783651943192

Cuidados de Enfermagem Abrangentes para Pacientes com AVC e AVE: Uma Visão Detalhada

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Introdução

Os acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e os acidentes vasculares encefálicos (AVEs) representam desafios significativos para os profissionais de saúde. Sintomas súbitos e potencialmente devastadores dessas condições requerem intervenção imediata e cuidados contínuos para maximizar a recuperação e qualidade de vida dos pacientes. Como enfermeiro, você é um componente crucial no tratamento desses pacientes.

Detecção Precoce e Avaliação Inicial

A identificação precoce de um AVC ou AVE pode ser um fator determinante para limitar os danos e melhorar os resultados do paciente. Assim, os enfermeiros precisam estar sempre vigilantes aos sinais clássicos de um AVC, como fraqueza súbita de um lado do corpo, confusão, problemas de visão, tontura e uma dor de cabeça intensa sem causa aparente.

Nesse contexto, o protocolo FAST (Face, Arms, Speech, Time) é uma ferramenta indispensável para a detecção rápida de um AVC. O FAST é um acrônimo para Face (Rosto, onde se verifica se há descaimento da face), Arms (Braços, checando se há fraqueza ou dificuldade para levantar um dos braços), Speech (Fala, avaliando se a fala está arrastada ou estranha) e Time (Tempo, que ressalta a importância de procurar ajuda médica imediatamente se esses sintomas estiverem presentes). Como enfermeiro, é crucial que você esteja confortável na aplicação efetiva deste protocolo para identificar rapidamente os sinais de um AVC e iniciar o tratamento.

Outra ferramenta vital na avaliação inicial de um AVC é a Escala do Acidente Vascular Cerebral dos Institutos Nacionais de Saúde (NIHSS). Esta escala avalia a gravidade do AVC examinando 11 categorias, incluindo o nível de consciência, movimentos oculares, campos visuais, função motora, ataxia e linguagem. Cada categoria recebe uma pontuação, com pontuações mais altas indicando AVCs mais graves. Para aplicar a escala NIHSS, o enfermeiro deve realizar uma série de exames físicos e fazer perguntas específicas ao paciente para avaliar a extensão do déficit neurológico.

Cuidados Agudos

Nos cuidados agudos para pacientes com AVC ou AVE, o monitoramento constante dos sinais vitais é crucial. A pressão arterial, a frequência cardíaca, a respiração e a temperatura devem ser verificadas regularmente para detectar qualquer alteração que possa indicar uma complicação. Os enfermeiros também devem monitorar de perto a consciência do paciente, o nível de dor e qualquer alteração no estado neurológico.

A permeabilidade das vias aéreas é outra preocupação primordial na fase aguda do cuidado. É importante avaliar a respiração do paciente, garantir a oxigenação adequada e monitorar quaisquer sinais de dificuldade respiratória. Além disso, uma avaliação da deglutição deve ser realizada antes da administração de qualquer alimento, líquido ou medicação por via oral para prevenir a aspiração.

Prevenção de Complicações

A prevenção de complicações secundárias é um aspecto crucial no cuidado a pacientes com AVC. Isso inclui a mobilização precoce para prevenir o desenvolvimento de úlceras de pressão e a estagnação do fluxo sanguíneo que pode levar a coágulos sanguíneos.

O cuidado da pele também é uma consideração importante, pois a pele limpa e seca ajuda a prevenir infecções. A profilaxia para trombose venosa profunda pode ser necessária, especialmente para pacientes com mobilidade limitada. A monitorização da nutrição é também de grande importância, uma vez que os pacientes com AVC podem ter dificuldades de deglutição ou falta de apetite.

Reabilitação

O início precoce da reabilitação é vital para maximizar a recuperação após um AVC ou AVE. Isso pode envolver fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, todos trabalhando em conjunto para ajudar o paciente a recuperar suas habilidades motoras e cognitivas.

Como enfermeiro, você tem um papel central na coordenação dessa reabilitação, ajudando a implementar o plano de reabilitação e incentivando o paciente a participar ativamente. Isso pode envolver auxiliar o paciente a realizar exercícios de fisioterapia, apoiar a reeducação de habilidades de vida diária e trabalhar com o paciente em exercícios de fala e linguagem.

Apoio Emocional e Educação

Pacientes que sofreram um AVC ou AVE e suas famílias frequentemente enfrentam um período de incerteza e medo. O suporte emocional, portanto, é um aspecto vital do cuidado. Como enfermeiro, você deve fornecer um ouvido atento, fornecer informações claras e precisas e apoiar o paciente e a família durante este período desafiador.

A educação é outro componente crucial. Pacientes e famílias precisam entender a condição e os cuidados após a alta, para que possam gerir efetivamente a condição do paciente e prevenir futuros eventos. Isso pode envolver a instrução sobre medicação, informações sobre dietas e exercícios e o que fazer em caso de emergência.

Conclusão

O cuidado de pacientes com AVC e AVE é complexo e requer uma abordagem abrangente que atenda às necessidades físicas, emocionais e sociais do paciente. Através de um cuidado centrado no paciente, os enfermeiros podem fazer a diferença na vida desses pacientes e nas suas trajetórias de recuperação.

Compreender as necessidades dos pacientes e empregar estratégias de cuidado eficazes pode ter um impacto significativo na recuperação dos pacientes. Não é apenas sobre tratar os sintomas, mas também sobre apoiar o paciente em sua jornada de recuperação, ajudando-os a recuperar sua independência e melhorar sua qualidade de vida. Enquanto os desafios podem ser muitos, a recompensa de ver um paciente recuperar e prosperar é incomparável.

Referências

Faria, A., Martins, M. M. F. P. da S., Schoeller, S. D., & Matos, L. L. de. (2017). Care path of person with stroke: from onset to rehabilitation. Disponível em: https://oa.mg/work/10.1590/0034-7167-2016-0579. Acesso em 23 de junho de 2023.

Silva, M. R. da, Lima, U. T. S. de, Barbosa, D. R. e S., Gomes, M. P., Verçosa, R. C. M., Araújo, L. C. N., Pereira, T. da S., & Reis, R. P. dos. (2020). PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ADMISSÃO HOSPITALAR AO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO / NURSING PROCESS IN HOSPITAL ADMISSION TO BRAIN VASCULAR ACCIDENT. Disponível em: https://oa.mg/work/10.34117/bjdv6n12-295. Acesso em 23 de junho de 2023.

Fernandes, A. B., Oliveira, A. R. de, Nascimento, L. K. A. da S., Pellense, M. C. da S., Carvalho, G. M. de L., & Santana, P. N. de. (2018). O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO A PACIENTES ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO. Disponível em: https://oa.mg/work/2921595979. Acesso em 23 de junho de 2023.

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